A Vida é um Jogo de Cartas

A vida é um jogo de cartas que apresenta uma série de possibilidades em relação ao seu modo de viver e como você se relaciona com tudo ao seu redor. Grande parte do que acontece pode ser determinado pela estatística e traduzido em chances utilizando conceitos de probabilidade.

No mês de março de 2020, a Revista Super Interessante trouxe a reportagem de capa: “A ciência do Destino: a vida não é uma folha em branco; é um jogo de cartas. Saiba como a sociedade, a estatística e a biologia determinam grande parte do que vai acontecer com uma pessoa – antes mesmo de ela nascer”.

Se você nasceu nos anos 2000, talvez esteja se perguntando: “Quem compra e lê revista hoje em dia?” Mas houve uma época em que a internet não era popular (poucas pessoas tinham acesso) e as informações não corriam em abundância; então as revistas tinham um papel fundamental para trazer conhecimento.

“Que saudades quando eu corria para a banca comprar meu exemplar rsrs.”

Deixando a nostalgia de lado, hoje as revistas podem ser acessadas por aplicativos como Go Read e o seu plano de telefonia móvel pode até conceder o acesso e você ainda não sabe. A revista pode estar na palma da sua mão; então tira um tempinho e confere.

Pensando exatamente nesta facilidade do acesso, eu quero recomendar a leitura da reportagem de capa da Super (era assim que eu chamava a revista quando consumia mensalmente seu conteúdo na íntegra, em algum tempo longínquo), para que você compreenda diante dos muitos exemplos, o quanto a estatística pode determinar algo ou explicar os fatos.

Exemplos em destaque

A revista apresenta muitos estudos que nos fazem pensar em como a estatística foi usada para gerar os resultados e permitir conclusões baseadas em análise de dados. Eu quero destacar quatro deles:

1. Experiências realizadas por neurologistas para provar que nossos cérebros começam a executar tarefas segundos antes de que decidíssemos conscientemente realizá-las.

“À medida que vamos descobrindo como o cérebro funciona, e como os genes fornecem instruções para os circuitos neurais, vemos que nossos comportamentos – desde os mais simples até os mais complexos – parecem ter uma base biológica, hereditária”

Hannah Critchlow, Neurocientista da Universidade de Cambridge e autora do livro The Science of Fate

2. Um estudo francês comprovou que o que você come na primeira infância influencia as escolhas alimentares pelo resto da vida. Também há o peso de fatores genéticos que consideram variações de genes que interferem na percepção do sabor dos alimentos.

Então não se culpe caso você não goste de comer brócolis e não dispense uma coca-cola durante o almoço. Talvez seus genes tenham grande influência.

3. Dezenas de estudos constataram que os bebês que nascem durante o inverno têm o maior risco de desenvolver esquizofrenia, depressão, distúrbios alimentares e outros problemas mentais ao longo da vida.

Há indícios de que os bebês nascidos no outono / inverno são expostos a níveis particularmente altos do hormônio cortisol, logo antes de nascer; que são liberados pelo corpo da mãe em situações de estresse. Especula-se que o cortisol tenha efeitos nocivos sobre o desenvolvimento do cérebro.

4. Estudos comprovaram que bebês nascidos durante o fenômeno da Fome Holandesa haviam sofrido alterações epigenéticas. Dois genes relacionados ao metabolismo dos alimentos, tinham sido parcialmente desligados. Como consequência, os índices de obesidade e diabetes na Holanda começaram a subir.

A Fome Holandesa aconteceu durante a segunda guerra mundial, quando o exército alemão impediu a entrada de comida na Holanda. Toda a população começou a passar fome e durante esse período, cada morador de Amsterdã tinha acesso a apenas 500 calorias por dia.

Pautei esses exemplos para que você possa ficar empolgado e buscar a matéria na íntegra.

Faça um exercício e pense em cada um dos exemplos. Tente identificar qual era o objetivo do experimento; quais técnicas foram usadas; quais os resultados; qual a importância da descoberta.

“A final de contas, será que quando você resolve fazer alguma coisa, foi você mesmo que tomou aquela decisão?”