5 Coisas que Davos sabe sobre os Trabalhos do Futuro

Entre os dias 21 e 24 de janeiro de 2020, na cidade de Davos (Suíça), aconteceu o Fórum Econômico Mundial; uma Organização Internacional de Cooperação Governamental e de iniciativas privadas. O Fórum conta com a presença dos principais líderes políticos, empresariais e culturais para debater assuntos importantes para a sociedade de uma maneira global. São a partir dos debates que as agendas globais são montadas.

Esse ano o Fórum contou com a presença do Donald Trump (Presidente dos Estados Unidos), Angela Merkel (Chanceler Federal da Alemanha desde 2005), Christine Lagarde (Presidente do Banco Central Europeu), Charles (Príncipe de Gales) e Greta Thunberg (Ativista Ambiental e do Clima), que são apenas alguns exemplos de líderes influentes atualmente.

Se você quiser saber um pouco mais da história do Fórum Econômico Mundial, dá uma olhada no vídeo.

Mas o que eu quero falar com você é sobre uma pesquisa que o Fórum Econômico Mundial desenvolve para entender como serão os trabalhos do futuro. Eu particularmente, considero esta iniciativa muito importante, pois ela permite que possamos conhecer as habilidades que precisamos aprender para permanecer inseridos no mercado de trabalho que está mudando rapidamente.

Os tipos de trabalhos do futuro (emergentes) na economia global abrangem uma gama de profissões e habilidades que serão necessárias para que possamos acompanhar o ritmo das mudanças. À medida que buscamos nos atualizar, abrimos o caminho para a “Revolução de Requalificação”; ou seja, aprender novas habilidades para realizar um trabalho diferente ou até treinar profissionais para fazer algo diferente.

Agora chega de história e vamos para as 5 coisas que o Fórum em Davos descobriu com a pesquisa sobre o que vai garantir seu lugar nos trabalhos do futuro.

1. O domínio das habilidades tecnológicas

Nem todo trabalho emergente requer habilidades tecnológicas pesadas, mas todo trabalho emergente exige habilidades técnicas básicas, como alfabetização digital, desenvolvimento web ou design gráfico. No relatório “Jobs for Tomorrow”, três dos trabalhos emergentes – Computação em Nuvem (Cloud Computing), Engenheiro de Nuvem (Cloud Engineer) e Analista de Dados (Data Analyst) são os que mais crescem em geral.

Esses trabalhos requerem habilidades tecnológicas disruptivas, como Inteligência Artificial (IA), Robótica ou Computação em Nuvem. Atualmente essas tecnologias são cada vez mais difundidas. Em um futuro não tão distante, muitas funções mais básicas, como vendas e marketing exigirão um entendimento básico de IA.

Essas habilidades tecnológicas disruptivas estão em alta demanda em praticamente todos os setores. Blockchain, computação em nuvem, raciocínio analítico e inteligência artificial estão entre as habilidades tecnológicas mais requisitadas no LinkedIn.

Caso você queira se preparar ainda mais para o futuro, tem um curso gratuito da Data Science Academy sobre Inteligência Artificial Fundamentos”. Nesse curso, você vai aprender o que é IA, como solucionar problemas com IA, aplicação da IA no mundo real, introdução à machine learning e redes neurais.

2. Davos e as habilidades centradas no ser humano

Embora as habilidades mais humanas não cresçam tão rápido quanto as habilidades tecnológicas, as novas formas de vendas, produção de conteúdo e funções de recursos humanos também estão em alta, como um complemento para setores tecnológicos que crescem rapidamente.

A pesquisa do Fórum Econômico Mundial mostrou que especialistas em aquisição de talentos, especialistas em sucesso de clientes e analistas de mídias sociais estão entre as profissões que mais crescem, quando estamos falando de habilidades humanas e pessoais.

Grupos de habilidades por profissional

As demandas por habilidades mais humanas provavelmente continuarão a aumentar, à medida que a automação de processos cresce. O último relatório do Fórum sobre “” identificou que os profissionais de RH estão considerando as habilidades humanas (soft skills) como as mais importantes.

Habilidades como criatividade, persuasão e colaboração estão no topo da lista das mais procuradas. Essas habilidades são praticamente impossíveis de automatizar, o que significa que se você tiver uma delas ou todas elas, será um profissional bem disputado no mercado futuramente (se já não é).

3. Equilíbrio de gêneros em trabalhos emergentes

Embora os dados reflitam uma diversidade de oportunidades para profissionais de todas as origens e níveis educacionais, as análises posteriores mostram um desequilíbrio preocupante para quem obtém as habilidades mais recentes.

Na pesquisa atual sobre gênero, as maiores diferenças encontradas nos trabalhos emergentes estão nas posições em que são exigidas fortemente habilidades tecnológicas. Nesse nicho de análise de dados as mulheres representam 30% e quando falamos de engenharia e computação em nuvem, apenas 12%.

É importantíssimo o equilíbrio de gênero nessas funções, pois as tecnologias disruptivas terão um grande impacto na direção da sociedade e da economia como um todo.

Há espaços para melhorar a paridade de gêneros em trabalhos emergentes, adotando práticas gerenciais mais inclusivas.

4. Ausência de profissionais qualificados

Será preciso pensar de forma criativa em como preencher as lacunas geradas pela falta de profissionais com as habilidades necessárias para os trabalhos do futuro. A pesquisa descobriu algumas soluções muito viáveis e escaláveis.

Em primeiro lugar, aproveitar os talentos existentes. Eles podem contribuir para expandir o conhecimento realizando treinamentos e capacitações para quem ainda não possui as habilidades. A pesquisa estima que os treinamentos de capacitação em IA na Europa podem dobrar a quantidade de profissionais.

Oportunidades por grupo e profissão

Além disso, adotando uma abordagem semelhante à paridade de gêneros, a pesquisa identificou subgrupos de habilidades tecnológicas, em que as mulheres têm maior representação – engenharia genética, ciência de dados e nanotecnologia. Elas poderiam expandir esse conhecimento, ensinando os homens as habilidades para ocuparem essa função. E vice-versa.

5. Sua rede de contatos é muito importante

Embora o domínio das habilidades técnicas e humanas sejam muito importantes, existe uma verdade que nem sempre é dita: você precisa construir e manter uma boa rede de contatos. Esse é o chamado networking. Pode até parecer cruel, mas sabemos que o simples fato de você conhecer alguém, gera uma vantagem, caso esteja concorrendo a alguma posição; principalmente se for gestão.

A pesquisa também mostrou que morar em um bairro bom, frequentar boas escolas e trabalhar em empresas de ponta, pode gerar uma vantagem de 12X no acesso a boas oportunidades. Isso significa que duas pessoas com as mesmas habilidades, mas que moram em bairros diferentes, podem estar em mundos diferentes, quando se trata de oportunidades profissionais.


Essas são as cinco descobertas na pesquisa realizada pelo Fórum, que ajudam a identificar as habilidades dos trabalhos do futuro, mas também identifica onde precisamos melhorar. Os resultados vão orientar profissionais, grandes líderes e empresas no quesito reavaliação de políticas e tomadas de decisões para contratação. A ideia é nivelar e diminuir as barreiras frente às novas oportunidades.

Apenas dessa forma, será possível criar negócios melhores e mais inovadores, com economias mais fortes, e, finalmente, ajudando a criar sociedades mais justas.

Eu quis apresentar este tema a você porque é o que os grandes líderes mundiais discutiram essa semana. E para nós que trabalhamos com dados, essa iniciativa importa muito.